"Pois, visto que na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação" (I Coríntios 1:21 ACF)
Introdução
I. A LOUCURA DA PREGAÇÃO
O apóstolo Paulo, da cidade de Éfeso, está escrevendo sua primeira carta aos Coríntios. Naquela cidade grega, o veterano apóstolo havia passado dezoito meses, plantando uma igreja num reduto assaz corrompido moralmente. Os gregos não apenas estavam rendidos à depravação moral, mas também estavam abertos a discutir novas ideias e a ouvir diferentes vertentes filosóficas. Mas, o evangelho que Paulo pregou e pelo qual Deus ainda salva os que creem não é uma ideia entre outras, mas o único meio pelo qual ele chama os eleitos à salvação. Esse está centrado na pessoa e na obra de Cristo. Seu eixo principal é a cruz, onde o Filho de Deus carregou sobre seu corpo, nossos pecados. A pregação não é um discurso religioso, mas uma mensagem solene sobre a morte expiatória de Cristo. Por isso, o apóstolo fala da loucura da pregação. Destaco aqui três verdades:
a) A pregação é uma loucura porque seu conteúdo é a cruz. A cruz era o método mais terrível de pena capital no primeiro século. Aquele que era dependurado na cruz era considerado maldito. Sofria dores atrozes, repúdio absoluto e opróbrio sem igual. O Messias que Paulo anunciou e nós ainda proclamamos foi pregado na cruz. Foi exposto à vergonha e ao opróbrio. Foi suspenso entre a terra e o céu no mais horrendo espetáculo de dor. A cruz era escândalo para os judeus e loucura para os gentios (1Co 1.23). Mas, foi na cruz que Deus fez refulgir seu mais eloquente amor e reluzir sua mais profunda justiça. Foi na cruz que Deus puniu nossos pecados, imputando-os a seu Filho. Foi na cruz que Deus desamparou seu Filho para nos perdoar e nos justificar. Foi na cruz que a cabeça da serpente foi esmagada, o preço da nossa redenção foi pago e a nossa salvação foi consumada.
b) A pregação é uma loucura porque a sua exigência é radical. A pregação exige de todos os homens arrependimento e fé em Jesus. A menos que reconheça que está perdido e se arrependa de seus pecados, pondo em Jesus sua confiança, o homem não pode ser salvo. Não há salvação em nenhum outro nome, exceto no nome de Jesus. A pregação é uma oferta da salvação feita a todos, mas somente os que se arrependem e creem são salvos. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e só daquele que crê. Ninguém pode ser salvo pelas obras nem mesmo pela sua religiosidade, apenas pela graça mediante a fé. A fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo (Rm 10.17).
c) A pregação é uma loucura porque sua mensagem não agrada aos sábios deste mundo. A pregação não é um discurso humanista, que exalta o homem e o coloca no pedestal. Ao contrário, fere seu orgulho mostrando que sua sabedoria é incapaz de reconhecer a existência de Deus ou mesmo as obras de Deus. O mundo não conhece a Deus por sua sabedoria. É por isso, que Deus não chamou muitos sábios e entendidos deste mundo, mas os pequeninos e humildes. É claro que essa arrogância não tem a ver com conhecimento e posição social. Há homens doutos humildes e homens ignorantes soberbos. Há homens ricos quebrantados e há homens pobres arrogantes. Um indivíduo soberbo coloca-se fora do alcance do evangelho. A pregação lhe é loucura. Mas, aos que se humilham sob a poderosa mão de Deus, pela obra do Espírito Santo, esses ouvem, se arrependem, creem, são salvos pela graça. Oh, bendito evangelho! Oh, bendita loucura do evangelho! O apóstolo Paulo troveja sua voz e diz: “A loucura de Deus é mais sábia que do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Co 1.25).
● A pregação é a maior necessidade do mundo e o maior compromisso da igreja. Deus chama os pecadores ao arrependimento pela pregação. A pregação é uma tarefa imperativa, intransferível e impostergável. Nenhuma outra instituição está credenciada a pregar, exceto a igreja de Cristo. Ela é a embaixadora de Deus a rogar aos homens para se reconciliarem com Deus. A pregação é o instrumento que Deus para salvar, edificar, consolar e exortar a igreja. Sempre que a pregação fiel esteve em alta a igreja cresceu
saudavelmente. Sempre que a pregação entrou em crise, a igreja recuou e perdeu seu poder. Precisamos de uma volta à supremacia das Escrituras e à primazia da pregação.
II. A PREGAÇÃO DA PALAVRA
"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, corrijas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (II Timóteo 4:2 ACF)
Na sua segunda carta a Timóteo, Paulo ordenou a Timóteo: “Prega a palavra…” (2Tm 4.2). Note que Paulo não ordenou Timóteo a pregar sobre a Palavra, MAS A PALAVRA. Uma coisa é pregar a palavra, outra coisa bem diferente é pregar sobre a Palavra. A Palavra é o conteúdo da pregação e a autoridade do pregador. O pregador não é a fonte da mensagem, mas seu instrumento. O pregador não produz a mensagem, transmite--a. O pregador é um arauto; a mensagem não é
sua, mas daquele que o enviou. Seu papel não é tornar a mensagem mais palatável aos ouvidos das pessoas, mas transmiti-la com fidelidade. Duas verdades devem ser destacadas no texto de 2Timóteo 4.2.
1°) EM PRIMEIRO LUGAR, A SUPREMACIA DAS ESCRITURAS
Paulo escreve: “Prega a palavra”. Paulo não
ordena a Timóteo a pregar suas próprias ideias nem o autoriza a pregar a mensagem mais popular da época. Timóteo deveria pregar a palavra. Não temos outra mensagem a transmitir a não ser a palavra de Deus. O pregador não pode criar a mensagem; é sua incumbência transmiti-la. Não tem o direito de sonegar parte da mensagem que recebe; deve comunicá-la com inteireza. Hoje, muitos pregadores pregam outro evangelho. Um evangelho que não tem boas novas de salvação. Um evangelho fabricado no laboratório do enganoso coração humano. Um
evangelho que atrai multidões, mas não tem
poder para transformá-las. Um evangelho humanista, centrado no homem, e não o evangelho da graça, centrado em Cristo e na sua obra redentora. Floresce hoje o espúrio evangelho da prosperidade, prometendo aos homens as riquezas e glórias deste mundo, mas sonegando a eles a palavra da salvação eterna. Recrudesce um evangelho místico, sincrético, com fortes laivos de paganismo, desviando os incautos da cruz de Cristo, para sua própria ruína e destruição. Ah, é tempo da igreja voltar-se para o lema da Reforma: SOLA SCRIPTURA! É preciso interromper essa marcha inglória de uma pregação cheia do homem e vazia de Deus; uma pregação que promete curas, milagres e prosperidade, mas não oferece aos perdidos a vida eterna em Cristo Jesus. É preciso colocar em relevo a mensagem da graça e erguer o estandarte da cruz onde os pregadores infiéis drapejam a bandeira de perigosas heresias. Precisamos de uma volta ao Cristianismo apostólico, onde a igreja reconheça a supremacia das Escrituras e coloque a palavra de Deus no centro do culto, da pregação e da vida.
2°) EM SEGUNDO LUGAR, A PRIMAZIA DA PREGAÇÃO
Paulo escreve: “Prega a palavra”. Uma vez que temos a palavra de Deus, inspirada pelo Espírito de Deus, inerrante, infalível e suficiente, não podemos guardá-la apenas para nós. A palavra que nos foi confiada precisa ser transmitida. A mensagem que recebemos deve ser proclamada com fidelidade, entusiasmo e urgência. Não basta reconhecer a supremacia das Escrituras;
é preciso estar comprometido com a primazia
da pregação. Sonegar a palavra é privar
as pessoas de conhecer a graça de Deus. Reter a mensagem da salvação é uma atitude cruel com os perdidos, uma vez que a fé vem pelo ouvir a palavra. Deus chama os seus escolhidos por meio da palavra. A palavra de Deus é poderosa. Tem vida em si mesma. É a divina semente, que semeada em boa terra produz a trinta, a sessenta e a cento por um. Nunca volta para Deus vazia. Sempre cumpre o propósito para o qual foi designada. Cabe à igreja levantar-se, no poder do Espírito Santo, e pregar a tempo e a fora de tempo essa palavra da vida. Cabe à igreja instar com os pecadores para que se voltem para Deus
em arrependimento e fé. É responsabilidade da igreja corrigir, repreender e exortar a todos, com toda a longanimidade e doutrina, pois multiplicam-se os falsos mestres, movidos por sórdida ganância, atraindo para si aqueles que sentem coceira nos ouvidos, entregando-se a fábulas, em vez de ouvir a mensagem da graça. Que Deus traga sobre nós um poderoso reavivamento espiritual,
colocando a igreja de volta nos trilhos da verdade, a fim de que ela entenda a supremacia das Escrituras e se comprometa com a primazia da pregação.
IIII. SEM PODER, NÃO HÁ EFICÁCIA NA PREGAÇÃO
O evangelista Lucas encerra seu primeiro livro,
o Evangelho de Lucas, tratando da grande
comissão. A obra perfeita e cabal de Cristo
na cruz havia sido vitoriosa. Ele ressurgiu dos
mortos e está prestes a retornar ao Pai. Antes,
porém, comissiona sua igreja a ir até aos confins da terra, fazendo discípulos de todas as nações. Jesus deixou claro para seus discípulos que eles deveriam, em seu nome, pregar arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém (Lc 24.47). Em seguida, mostra a necessidade da capacitação de poder para pregarem: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na
cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Lucas começa seu segundo livro (Atos dos Apóstolos), retomando o assunto da grande comissão e mostrando mais uma vez a necessidade do revestimento do poder do Espírito Santo: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Não há missão, sem pregação e não há pregação
sem poder. Não há testemunho eficaz sem o poder do Espírito Santo. Primeiro a igreja é revestida de poder, depois ela prega com eficácia. Quatro lições podem ser aprendidas dos textos acima:
1°. Em primeiro lugar, o conteúdo da pregação (Lc 24.47). A mensagem que a igreja deve pregar não é prosperidade nem milagres, mas o arrependimento para a remissão de pecados. A menos que o homem reconheça que é pecador, jamais sentirá falta do Salvador. Só os doentes reconhecem que precisam de médico. Sem arrependimento não há perdão de pecados. Oh, que Deus abra nossos olhos para o conteúdo da
grande comissão.
2°. Em segundo lugar, o alcance da pregação (Lc 24.47). Lucas diz que a igreja deve pregar arrependimento para remissão de pecados a todas as nações. O evangelho deve ser pregado por toda a igreja, em todo o mundo, a todo o tempo. Nenhuma visão que não abarque o mundo inteiro não é a visão de Deus, pois o seu Filho morreu para comprar com o seu sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).
Muito embora a pregação tenha começado
em Jerusalém, não foi destinada apenas ao
povo judeu, pois foi endereçada a todas as etnias da terra.
3°. Em terceiro lugar, o compromisso com a pregação (Lc 24.48; At 1.8). Tanto no Evangelho como no livro de Atos, Lucas enfatiza que os pregadores são testemunhas (Lc 24.48; At 1.8). Quem prega a palavra deve falar do que ouviu, do que viu e do que experimentou. Não é uma mensagem
divorciada de sua vida. A vida do pregador
está inalienavelmente comprometida com a
mensagem que proclama. Por essa mensagem ele vive e ele morre. Muitas vezes, ela sela com o seu sangue a mensagem que anuncia. Todos os apóstolos de Jesus foram mártires dessa mensagem, exceto João, que foi exilado na Ilha de Patmos. Ainda hoje, muitas testemunhas adubam o solo para a semente do evangelho com o seu sangue!
4°. Em quarto lugar, a capacitação para a pregação (Lc 24.49; At 1.8). No Evangelho, Lucas fala da promessa do Pai. Em Jerusalém os discípulos deviam aguardar a promessa do Pai, o revestimento de poder, com uma espera obediente, perseverante e cheia de expectativa. Em Atos, Lucas fala que só depois de receberem poder, com a descida do Espírito Santo sobre eles, é que seriam
testemunhas até aos confins da terra. Com
isso, Lucas está ensinando que a capacitação
precede a ação. O revestimento de poder precede a pregação do arrependimento para remissão de pecados. Não há pregação eficaz sem revestimento de poder. Primeiro, a igreja recebe poder do alto, depois ela vai cumprir a missão. Antes de Jesus enviar a igreja ao mundo, ele enviou o Espírito Santo para ela. Hoje, tristemente, nós temos negligenciado essa busca de poder. Substituímos o poder do Espírito pelos nossos métodos. Pregamos belos sermões, mas vazios de poder.
Usamos os recursos mais modernos da comunicação, mas não alcançamos os corações. Fazemos muita trovoada, mas não há sinal da chuva restauradora. Oh, que Deus nos faça entender que há tempo para esperar e tempo para agir. Tempo para ser revestido pelo poder do Espírito e tempo para pregar com gloriosos resultados!
***
REFLEXÃO
IV. 4 ELEMENTOS ESSÊNCIAIS DA PREGAÇÃO
‹‹De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus›› (Rm 10.17 – ACF)
A pregação tem muitas dimensões importantes. Quero ver com você quatro elementos essenciais sem o qual temos o perigo de um sermão incompleto. Iremos considerar as dimensões do sermão de Pedro no dia de Pentecostes cf. (At 2:14-40 – considerar ler o texto antes de prosseguir).
1°) A PREGAÇÃO PRECISA SER BÍBLICA
A pregação do apóstolo é bíblica, citando (Joel 2, Salmo 16 e Salmo 110) e aludindo a outros textos do Antigo Testamento. Em alguns pontos, ele explica um texto que citou. Por exemplo, Pedro mostra como as palavras de Davi afirmando que Deus não “deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (v. 27) não podem ser aplicadas a Davi (que morreu e cujo corpo sofreu decadência), mas apontam profeticamente para a ressurreição de Cristo (vv. 27-31). Pedro faz isto por meio de teologia bíblica, apelando às promessas da aliança de Deus com Davi.
2°) A PREGAÇÃO PRECISA SER DOUTRINÁRIA
A pregação de Pedro é também doutrinária, afirmando e declarando o “determinado desígnio e presciência de Deus” (v. 23), o decreto soberano de Deus, pelo qual ele usou as mãos de homens ímpios para levar seu Filho à morte por nossa salvação (vv. 22-23). Pedro ensina a ressurreição de Cristo e sua exaltação à direita de Deus (vv. 32-33) como fatos históricos e demonstração de que, pela vontade de Deus, Jesus é SENHOR E CRISTO, capacitado com toda a plenitude do Espírito Santo (vv. 33, 36). Portanto, o sermão de Pedro aborda as doutrinas do decreto eterno, de sua execução em providência, da promessa da aliança de Deus, da encarnação de Cristo, de seu ministério na terra, de sua humilhação na morte como uma oferta pelo pecado e de sua exaltação em sua ressurreição e ascensão ao trono no céu, bem como a pessoa e a obra do Espírito Santo em relação à pessoa e à obra de Cristo.
3°) A PREGAÇÃO PRECISA SER EXPERIENCIAL
O sermão no dia de Pentecostes é também experiencial em conteúdo, explicando e justificando, com base nas Escrituras Sagradas, a experiência de derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos (v. 16). É experiencial em sua discriminação espiritual, declarando a impiedade daqueles que mataram Jesus como inimigos de Deus e de seu Cristo, mas confortando e elogiando aqueles que se arrependeram e se identificaram com Cristo como recipientes do Espírito (v. 38). Também é experiencial em seu efeito, atingindo o coração de muitos ouvintes, de modo que clamam: “Que faremos [para sermos salvos]?” (v. 37).
4°) A PREGAÇÃO PRECISA SER PRÁTICA
O sermão de Pedro é também prático, ordenando a seus ouvintes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (v. 38). A aplicação é muito maior do que a mensagem registrada em Atos, porque o texto diz que Pedro os exortou com “muitas outras palavras” para salvá-los “desta geração perversa” (v. 40).
O PERIGO DE UM SERMÃO INCOMPLETO
Pense em quão incompleto seria o sermão de Pedro sem todos estes elementos. E se todo o sermão fosse apenas experiencial em sua ênfase? Sem o apelo ao testemunho da Escritura, Pedro não teria autoridade diante de seus patrícios judeus. Sem a dimensão prática, ele não daria resposta à pergunta urgente: que devemos fazer para sermos salvos? Sem a dimensão doutrinária, os ouvintes de Pedro não veriam que os fenômenos espirituais do Pentecostes indicavam que o plano soberano de Deus culmina em Jesus, que, como o Cristo ressurreto, está entronizado como Senhor de todos. O sermão não se centralizaria em Cristo, mas apenas em fenômenos ou conceitos abstratos.
• Precisamos pregar sermões enriquecidos por todos estes elementos: bíblico, doutrinário, experiencial e prático.
(Joel Beeke)
• "Os ministros batem à porta dos corações dos homens; o Espírito vem com a chave e abre a porta." - (Thomas Watson)
• “O fato é que, se não houver poder, não haverá pregação. Afinal de contas, a verdadeira pregação consiste na atuação de Deus. Não se trata apenas de um homem proferindo palavras; é Deus quem o está usando. O pregador está sendo usado por Deus. Está debaixo da influência do Espírito Santo. A verdadeira pregação é aquilo que Paulo chama de “demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4). Ou, então, conforme ele o expressa em 1Tessalonicenses 1.5: “O nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito santo e em plena convicção”. Aí ele está: é um dos elementos essenciais da pregação autêntica” - (Lloyd Jones)
● Falando à igreja de Corinto o apóstolo Paulo disse:
• "E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (I Coríntios 2:4-5 ACF)
• "Precisamos ter luz e calor, sermão e pregação. Luz sem calor jamais afetará a quem quer que seja; calor sem luz não tem valor permanente. No que consiste a pregação? Em lógica pegando fogo! Em raciocínio eloquente! Em Teologia em chamas!" - (Dr. Martyn Lloyd Jones)
• E. M. Bounds, disse: "Homens mortos tiram de si sermões mortos e sermões mortos matam".
• Lutero dizia que sermão sem unção endurece os corações.
• Martyn Lloyd-Jones diz que sermão é lógica em fogo que vem de um homem em chamas.
• João Wesley dizia para seus alunos: "Ponham fogo no seu sermão ou ponham o seu sermão no fogo".
• "Expor as Escrituras é esclarecer o texto inspirado com tal fidelidade e sensibilidade que a voz de Deus seja ouvida e seu povo lhe obedeça" - (John Stott)
• "A pregação é a manifestação do Verbo encarnado, a partir do Verbo escrito por meio do Verbo falado" - (Bernard Manning)
• "A pregação é, acima de tudo, o testemunho do Deus que fala, do Filho que salva e do Espírito que ilumina" - (Michael Duduit)
• "Um pregador precisa arder e alumiar. Precisa-se de calor no coração e luz na mente" - (Jonathan Edwards)
***
Conclusão
A pregação fiel da Palavra de Deus é a maior necessidade do mundo e a grande tarefa da igreja. Fomos chamados à fé pela pregação. Alimentamos o povo de Deus pela pregação. A igreja é fortalecida pela pregação. A pregação fiel é uma das marcas da igreja verdadeira.
• Parafraseando Steven Lawson: Temos que resgatar a forma de pregação da velha guarda: O céu é doce, o inferno é quente, e Cristo salva!.
O QUE É A PREGAÇÃO?
É a lógica pegando fogo! É a teologia em chamas! É raciocínio eloqüente!
É ler o texto bíblico, explicar o texto bíblico com fidelidade exegética, contextual e hermenêutica; e, aplicá-lo com piedade. É não fugir do texto, mas se agarrar nele de tal forma que seus ouvintes dirão: "Uau! Nunca ninguém explicou esse texto dessa forma". Não somente isso! Ele também dirá: "Não foi um homem que falou, mas Deus falou comigo hoje!" Pregação é anunciar todo o Conselho de Deus [At 20.27]. É abater o pecador, e exaltar o Cristo!
V. 10 RAZÕES PORQUE A PREGAÇÃO DA PALAVRA DEVE SER O CENTRO DOS NOSSOS CULTOS
‹‹Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes›› (1Ts 2.13)
1°. Cristo é exaltado. As Escrituras quando pregadas exaltam o nome do Senhor. É impossível expor a Bíblia sem que o nome do Eterno seja glorificado.
2°. O homem é humilhado. A Exposição das Escrituras aponta para o estado de miserabilidade do homem. A pregação da Bíblia revela quem somos, nossas incongruências, idiossincrasias e pecaminosidade, revelando-nos que fora de Cristo todos estão mortos em seus delitos e pecados.
3°. Somos reanimados no Senhor. As Escrituras quando pregadas trazem sobre a finitude humana, o poder infinito de um Deus Soberano proporcionando com isso o reascendimento da chama da esperança.
4°. Nossa psiquê é envolvida por graça. A Palavra de Deus quando pregada traz remédio para a alma cansada, refrigério para o abatido, alento para o desesperançoso.
5°. A Igreja é edificada. Quando a Bíblia é proclamada nossas igrejas são edificadas. A exposição das Escrituras, ao contrário dos movimentos vazios contemporâneos, fazem com que o povo de Cristo cresça no conhecimento do Senhor.
6°. Somos protegidos dos erros doutrinários. Calvino costumava dizer que as Escrituras Sagradas é o escudo que nos protege do erro. A Bíblia quando pregada nos traz orientações importantíssimas que se aplicadas em nosso cotidiano nos protegem das heresias e distorções teológicas propagadas pelos falsos profetas.
7°. Tornamos-nos pessoas mais comprometidas com Cristo. As Escrituras quando pregadas nos desafiam a viver como Cristo viveu. A Bíblia quando proclamada nos leva a desejarmos viver a vida cristã de forma santa, pura e abnegada.
8°. Vivemos para a glória de Deus. A Bíblia quando pregada leva-nos a querer viver exclusivamente para a glória de Deus.
9°. Ansiamos pela volta do nosso Redentor. As Escrituras quando proclamadas nos levam a ima santa ansiedade pelo glorioso dia em que o Rei dos reis e Senhor dos Senhores voltará para a sua igreja.
10°. Somos reavivados. A Bíblia quando pregada reaviva nossa alma, aquece os corações, desperta-nos para oração, desafia-nos a intercessão enchendo nossos corações com o santo desejo de estar continuamente em sua santa presença.
VI. 12 CONSELHOS PRECIOSOS PARA PREGADORES DA PALAVRA
"Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (Atos 6:4 ACF)
1°) Pregue para a glória de Deus. A motivação do ministro deve ser a glória do Senhor e não a exaltação do seu próprio nome e ministério.
2°) Evite o improviso. Suba ao púlpito convicto daquilo que irá falar ao coração daqueles que o Senhor os confiou.
3°) Mate-se de estudar e ressuscite através da oração. O ministro que não dedica tempo ao estudo bíblico e a oração não vale um vintém.
4°) Não caia na tentação de pregar um sermão politicamente correto. Pregue a Palavra Deus! Pregue as Escrituras.
5°) Você não foi chamado por Deus para promover entretenimento aos ouvintes. Você é um pregador do Evangelho. Anuncie Cristo, pregue Cristo e proclame as inexoráveis verdades da Palavra de Deus.
6°) Não seja superficial. Muito pelo contrário, seja profundo não suas colocações. Contudo, lembre-se que profundidade não está relacionado a falar de modo difícil. Spurgeon por exemplo era profundo, todavia, qualquer pessoa que o ouvia conseguia entendê-lo.
7°) Não pregue outra coisa a não ser Cristo Crucificado. Você não foi chamado para pregar técnicas de psicanálise, psicologia humana, ou auto-ajuda. Você não foi chamado para pregar outra mensagem a não ser o Evangelho de Cristo.
8°) A Bíblia deve ser a fonte da sua mensagem. Por mais interessante e profundo que seja um livro, a Bíblia é a nossa única e exclusiva regra de fé, portanto, é dela que devemos extrair e fundamentar nossos sermões.
9°) Cuidado com a arrogância. O púlpito é um lugar santo. Você não foi chamado para testemunhar sobre os seus feitos e sim sobre a grandeza de Deus. Os puritanos tinham por hábito nunca relatarem no púlpito aquilo que faziam ou deixavam de fazer e sim expor as Escrituras.
10°) Pregue com fogo e razão. Jonathan Edwards costumava dizer que o pregador precisa ter luz na mente e fogo no coração.
11°) Pregue com o coração encharcado pelo amor. O pregador que não ama não pode pregar o evangelho. O amor é um dos fundamentos da nossa mensagem. O pregador ama as pessoas por isso prega.
12°) Pregue exclusivamente a Palavra de Deus.
(Renato Vargens)
VII. OS TRÊS PILARES DA PREGAÇÃO EXPOSITIVA
Nós podemos sintetizar a pregação expositiva, um fator essencial para o crescimento saudável da igreja, em três verbos:
1°) LER o texto;
2°) EXPLICAR o texto;
3°) APLICAR o texto.
• "Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" (Isaías 55:10-11)
A pregação que fala ao ouvinte deve, primeiro, falar ao pregador. De nada adianta exortar, corrigir ou orientar os outros, se o pregador não aplicar a verdade da Palavra na sua própria vida.
" ... Para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado". (1Co 9.27). - Apóstolo Paulo
"A pregação fiel da Palavra de Deus é a maior necessidade do mundo e a grande tarefa da igreja. Fomos chamados à fé pela pregação. Alimentamos o povo de Deus pela pregação. A igreja é fortalecida pela pregação. A pregação fiel é uma das marcas da igreja verdadeira.
O pregador não gera a mensagem; ele transmite a mensagem. Ele não é o dono da mensagem; é o servo da mensagem. O pregador é um despenseiro de DEUS, e o que se requer do despenseiro é fidelidade. Ele não pode sonegar ao povo o evangelho que DEUS a ele confiou nem acrescentar coisa alguma ao evangelho por ele recebido". - (Hernandes Dias Lopes).
• Certa feita foi perguntado a John Wesley qual era o segredo do seu ministério, o qual ele responde: "Eu me coloco em chamas, e as pessoas vem me ver queimar."
Pense nisso!
A PREGAÇÃO
A CRUZ DE CRISTO, UMA MENSAGEM ESQUECIDA
O apóstolo Paulo, o maior pregador do cristianismo, disse que pregava a Cristo, e este crucificado. Disse que se gloriava na cruz. Foi na cruz que Jesus redimiu-nos. Foi na cruz que ele esmagou a cabeça da serpente. Foi na cruz que ele satisfez a justiça de Deus e demonstrou-nos seu mais eloquente amor. Hoje, muitos pregadores substituíram a mensagem da cruz por uma mensagem humanista e antropocêntrica. Pregam prosperidade. Pregam curas. Pregam milagres. Pregam a si mesmos. Pregam a igreja. Pregam outro evangelho. Mas, falta a mensagem da CRUZ, a mensagem da SALVAÇÃO. Que os pregadores voltem à sensatez.
"Que os púlpitos sejam trombetas a proclamar a mensagem da cruz!" - (Hernandes Dias Lopes)
● Alistair Begg citando Dick Lucas, escreve:
“Os bancos não podem controlar o púlpito”.
O pregador não pode ser seduzido pelas leis do mercado. Ele não prega para agradar os ouvintes, mas para levá-los ao ARREPENDIMENTO. As pessoas precisam sair do templo não alegres com o pregador, mas tristes consigo mesmas. O pregador NÃO é um ANIMADOR DE AUDITÓRIO, É UM ARAUTO DE DEUS.
Sua agenda de pregação não é determinada pelos grandes temas discutidos pela humanidade, mas pelas próprias Escrituras. O pregador não sobe ao púlpito para ENTRETER OU AGRADAR seus ouvintes, mas para anunciar-lhes todo o desígnio de Deus. Sem uma pregação fiel não há santidade. Sem santidade não há salvação.
• "Porque nós não somos, como muitos, que ganham falsificando a palavra de Deus, antes a falamos em Cristo com sinceridade, antes como de Deus na presença de Deus" (II Coríntios 2:17 ACF) Apóstolo Paulo
• "A pregação não se trata de um ensaio moral ou alguma espécie sobre princípios éticos. É algo que transcende o entendimento humano. É a mensagem dada por Deus: Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi. Que é isso que determina a mensagem ou o sermão como tal. Ser alguém enviado para falar em lugar de outrem. Ele é o porta-voz de seu governo, de seu presidente, de seu rei ou imperador ou de qualquer outra forma de governo que, porventura, exista em seu país" - (Lloyd Jones)
"Lutero tentou voltar ao primeiro século e entender as marcas essenciais da igreja, e a marca que ele listou em primeiro lugar foi a pregação da Palavra. Onde a pregação autêntica da Palavra, diz Lutero, tem lugar, a igreja está lá. Em contrapartida, quando ela está ausente, não há igreja verdadeira, mesmo que tenha tudo mais". - (Martinho Lutero)
• "Quando o orgulho escreve o sermão, ele segue conosco até o púlpito, dá o tom da pregação, tonifica nossa elocução, nos afasta daquilo que possa serútilàs pessoas. Ele nos coloca em busca dos vãos aplausos de nossos ouvintes. Faz os homens procurarem apenas seu próprio bem e a sua própria glória". - (Richard Baxter)
• "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre" (1Pe 1.23 ACF)
• "Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes" (1Ts 2.13 ACF)
• "Pois, visto que na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação" (1Co 2.21 ACF)
• "Mas a seu tempo manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador" (Tito 1:3 ACF)
• "Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?" (Gálatas 3:2 ACF)
• "E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder" (I Coríntios 2:4 ACF)
• "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17 ACF)
(Apóstolo Paulo)
📚Bibliografia:
• Pregação e Pregadores - Dr. Martyn Lloyd-Jones
• Pregação Trasformadora - Hernandes Dias Lopes